Boneco Gigante

O criador do Boneco Gigante, Aluízio Augusto, reverencia sua obra, conduzida por Deivedi Rodrigues.

O criador do Boneco Gigante, Aluízio Augusto, reverencia sua obra, conduzida por Deivid Rodrigues.

O Boneco Gigante se tornou um símbolo do Gigantes da Lira desde o primeiro desfile, em 1999, e tem presença garantida nos principais eventos do bloco. É um bobo da corte com quase quatro metros de altura que está sempre dançando e alegrando quem estiver por perto. Em 2014, foi escolhido como tema do desfile e teve sua imagem estampada na camisa do bloco. Para Yeda Dantas, criadora do Gigantes da Lira, “a figura do bobo da corte faz uma alusão e homenagem a todos nós, palhaços e foliões. Assim, revivemos a tradição dos bobos da corte, aqueles que historicamente tinham a liberdade e a coragem de falar de nossas mazelas e trazer a verdade aos reis, sem hipocrisia”.

A camisa de 2014, desenhada pela designer Lívia Martins, homenageou a figura do bobo da corte

A camisa de 2014, desenhada pela designer Lívia Martins, homenageou a figura do bobo da corte

Aluízio dentro do Boneco

Aluízio dentro do Boneco

O Boneco foi criado pelo paraense Aluízio Augusto Carvalho, formado na arte dos palhaços populares brasileiros após trabalhar com mestres como Ary Pára-Raios e Mestre Zezito em Brasília/DF e vivenciar com grupos como Carroça de Mamulengos (CE/RJ), artistas das feiras e praças. Em sua trajetória ainda passou por São Paulo, Ceará, Santa Catarina e finalmente Rio de Janeiro. Em 1999, recém chegado à cidade, comentou com a sua amiga Maria Nayara, que trabalhava na produção do então também recém criado Gigantes da Lira, sobre seus trabalhos com bonecos gigantes. “Ela curtiu a ideia e levou para a Yeda, fundadora do bloco, que curtiu mais ainda! Tínhamos uma semana pra colocar o Gigante em pé! Fiz de um quartinho do apartamento da Yeda o ateliê e pegamos firme. O resultado todo mundo conhece!”, conta Aluízio.

A primeira versão do Boneco Gigante

A primeira versão do Boneco Gigante

Os únicos materiais usados para confeccionar o Boneco foram isopor, papel e tinta acrílica. “Cheguei a fazer uma segunda versão, que não gostei, e voltei para a primeira. O que mudou para a versão atual foi a pintura e o figurino”, diz o criador do personagem. Além disso, a riqueza do trabalho está em ter trazido para o bloco carioca um pouco dos ares nordestinos, remetendo ao carnaval de Olinda com seus folclóricos bonecos gigantes. “Conversei um pouco com Maria e Yeda que me falaram do que elas imaginavam, pesquisamos um pouco e encontrei um boneco “mexe-mexe” parecido com um bobo da corte e seguimos essa inspiração. A referência aos bonecos de Olinda é forte, inclusive lembro de conversar com a costureira do figurino sobre esses bonecos. Em todos os trabalhos que realizo o Nordeste é presente de alguma forma. Agora mesmo, estudo a estética das xilogravuras para aplicar ao teatro de sombras”, revela o artista.

P1050146

Deivid é atualmente o responsável por dar vida ao Boneco

Após alguns anos de participação junto ao bloco, Aluízio retornou para a sua terra em Belém deixando vago o lugar de quem carrega o Boneco. Foi então que Deividi Rodrigues, que já frequentava o carnaval do Gigantes há algum tempo, recebeu o convite para assumir a função. Sua estreia com o Boneco aconteceu no ano de 2006. Desde então ele permanece com muita satisfação. “Quando estou com o Boneco não trabalho, não sou um profissional, estou ali brincando como um folião”, diz Deivid, que trabalha regularmente como técnico de fibra ótica. “É uma alegria tremenda brincar com o Boneco, me sinto realmente feliz e gosto do que faço, infelizmente não é o ano todo!”.

 

 

 

Quem disse que o Boneco não dança? Confira o time lapse de Marcius Clapp:

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *